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sábado, 15 de outubro de 2011

Dia da Vergonha

Nos tempos modernos de hoje é muito bacana ver a mobilização popular que conseguimos com apenas um post no Twitter. Basta alguém dar um espirro de um jeito que você não gostou e PRONTO, lá vai o #espirronao pros Top Trends Brasil e, no ano seguinte, pode esperar uma passeata com 500 mil pessoas na Avenida Paulista, no Dia do Orgulho do Nariz.

E antes que eu seja tachado de homofóbico, racista, misógeno, publicitário (Hope, essa foi pra você, rsrs) ou qualquer outro artigo da nova Constituição Moral Brasileira, quero deixar claro que sempre fui a favor de qualquer minoria.

Só ando meio chateado é com a maioria burra.

As minorias têm, e sempre terão, direito à manifestação e à defesa contra seus históricos preconceitos. Só que hoje, tornadas maioria justamente pela voz que "interessados" lhes dão, estão (na minha opinião) levantando as bandeiras erradas.

Eu sou do tempo em que vovó dizia, "tem que se cortar o mal pela raiz".
E cortar o mal pela raiz passa por EDUCAÇÃO.

Se eu bater com uma lâmpada na cabeça de um homossexual na rua? Faltou EDUCAÇÃO.
Se eu chamar alguém de "negão"? Faltou EDUCAÇÃO.
Se eu bater na minha mulher e nos meus filhos? Faltou EDUCAÇÃO.

Posso ficar aqui listando coisas pra você até o Dia do Professor do ano que vem. Mas não é o caso.

É incrível não percebermos o júbilo da classe política a cada passeata de orgulho ou movimento social onde eles podem, depois, desfraldar aquela bandeira e dizer "NO MEU GOVERNO nunca antes houve tanto avanço social..." - mas é claro, isto nubla nossa visão dos REAIS problemas da sociedade!

É tanto Dia do Orgulho pipocando a cada semana que daqui a pouco não vai ter dia disponível. Porque seria legal termos alguns Dias da Vergonha.

Dia da Vergonha da Política.
Dia da Vergonha da Saúde.
Dia da Vergonha do Trânsito.
Dia da Vergonha dos Impostos.

AH, e falando nisso: Dia do Professor, hoje. Dia da Vergonha da Educação.
Nunca é tarde pra gente ver (e rever sempre!) o vídeo da Professora Amanda Gurgel.

Eu adoraria não precisar (com todos os impostos que eu, você e todos pagam) pagar plano de saúde particular. E também que meus filhos estudassem (como eu estudei) numa escola municipal.

Mas não dá. Não tenho coragem. Isso não tenho vergonha de admitir.
O que me envergonha, na realidade, é que isso não junta nem mil pessoas na Paulista.

6 comentários:

  1. Nem mil? Tá sendo generoso... Se juntar uns duzentos é muito!

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  2. Ao mesmo tempo em que questionamos a educação pública por diversos motivos, fico imaginando o quanto é desgastante para os bons profissionais que optaram pela carreira na educação popular ouvir dizer que seu trabalho é medíocre, quando se generaliza, dizendo que os educadores estão mal qualificados.

    Seria uma injustiça dizer que professores são missionários e devem viver felizes com a realização que trabalhar com o que amam fazer traz, afinal de contas outros profissionais têm a mesma alegria, em condições melhores de trabalho, segurança, salários mais justos e motivação maior porque percebem investimento de seus empregadores na sua qualificação.

    Realmente é vergonhoso como os profissionais da educação são tratados ... Porque 4 anos ou mais de investimento em ensino superior para encontrar o que já vi em sala de aula, tanto de rede pública quanto privada, pode mesmo ser lamentável. Mas nunca me abstive de lidar com a dificuldade, ainda que fosse lecionar em nível superior para um semi-analfabeto...

    Beijo,
    Ingrid

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  3. Fernanda, podicrê... exagerei. Duzentos tá legal!!!!

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  4. Ingrid, concordo. Vai chegar um tempo onde seremos todos missionários, não haverá moeda e cada um trabalhará pelo bem comum. Até lá, infelizmente, temos que ser remunerados pelo que fazemos. Então, que se remunere bem quem é muito importante na sociedade: quem trata de educação, de saúde, de segurança.

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  5. Continuo não conseguindo comentar com a minha conta, então vou tentar assim.

    Post muito bem escrito! Agora, do jeito que anda a vergonheira no nosso país, aí sim, faltariam dias para tanto Dia da Vergonha! Tá tudo errado!!!

    Bom domingão pra família,
    Tani - Mãe ao Cubo

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  6. Assuntos racionais exigem leitura, reflexão e formação de opinião, por não serem tão chocantes à primeira vista, ficam de lado na TL e na vida real.
    Me sinto incapaz no meio dos grandes que parecem estar todos envolvidos na grande vergonha do país, o que não nos dá motivação para lutar por nossos direitos.
    Eu faço minha parte, mas sozinha não consigo ir muito longe.
    Uma pena!

    Natália
    www.minhapequenamaria.com

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